NA HORA DA MINHA HORA
E
ao descambar do sol,
no crepúsculo da minha
existência,
desejarei ardentemente descansar
minha cabeça
no colo de um lago sereno,
onde ouvirei a suave sinfonia
de pássaros cor- de- mato.
Assistirei a queda lenta das
folhas de uma árvore e
sorrirei para o céu.
Sentirei após, o delicado aroma
das flores
e o frescor de uma leve brisa.
Fecharei meus olhos à muito custo,
pois me será penoso jamais ver
tal paisagem.
Esperarei que uma tênue nuvem
desça ao meu encontro,
para levar-me aonde ela for e
subirei com ela,
sem receios, mágoas ou temores.
E
ao despontar do sol,
ao amanhecer de uma nova vida,
em meio a uma mistura de emoções,
abrirei meus olhos.
Uma
Luz infinita penetrará em mim.
Eu olharei em volta e notarei um
corpo inerte,
um corpo familiar.
O meu corpo.
E sentirei uma angústia oca.
Tentarei chorar mas não terei
lágrimas.
Não haverá lugar para lágrimas
nesta outra dimensão.
Autoria de Maritza
Pecce
Poesia publicada em
31/08/2001 e 03/10/2001 nos Jornais Locais de Pelotas-RS. (Diário da Manhã e Diário Popular) respectivamente
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