QUE PENA
Que pena
que a gente cresce e que envelhece.
Que pena
não poder ser sempre criança,
Com
trança, com boneca, com sorvete,
Com sapata
e amarelinha, e até roda cachinha.
Sorrir de
noite e de dia, lambuzar com melancia,
Correr na
barra manteiga, pedir pra mãe pão com mel.
Ser feliz
como o carioca da gema,
Cantar de
coco vai melão.
Que pena
que a gente cresce, que pensa que já conhece.
Que sabe o
que é a verdade. Mente, e diz ter sinceridade.
Que em si
existe bondade, amabilidade e.
Até
garante haver lealdade em cada palavra que diz.
Infeliz...
Que pena
que a gente cresce e se orgulha do tudo,
Ou do nada
que aprendeu
E pensa
que o mundo é seu
Tudo se
torna número. Tudo muito racional.
-Ser
sensível é ser banal.
E para que
falar nas flores, nos perfumes e nas cores.
- Ser adulto é ser real.
Que pena
que a gente cresce, que se esquece de sonhar.
Que não
lembra de lembrar que o que importa realmente,
É ser
gente e
Que o
essencial é invisível ao olhar.
Quem
cresce perde a ilusão, fica adulto e não percebe.
Que só se
vê bem é com o coração.
Autoria de Maritza Pecce
Poesia Publicada no Jornal Diário Popular em 12.08.2001
e no Diário da Manhã em 03.12.2001/ Pelotas-RS
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